quinta-feira, 13 de junho de 2013

dois rufias

Destacados sobre um fundo de paredes celestes ou de céu alto, dois rufias cingidos em séria roupa negra bailam com sapatos de mulher uma dança solene, que é a das facas iguais, até que de uma orelha salta um cravo porque a faca entrou num homem, que fecha com a sua morte horizontal uma dança sem música. Resignado, o outro ajeita o chapéu e dedica a sua velhice à narração desse duelo tão puro. Esta é a história pormenorizada e total da nossa maldade. (...)

Jorge Luís Borges, in História Universal da Infâmia 

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