domingo, 19 de fevereiro de 2012

Ficou noite

Abri a janela num quarto às escuras e pendurei-me no parapeito.
Ali ao lado os campos e os montes e as vacas adormecidas e menos de uma dezena de luzes a lembrar-me a existência dos outros. Ali em cima duas nuvens, as estrelas e a lua. Aqui dentro o frio da noite e um leve odor da cameleira que plantaram por baixo da minha janela.

Bem sei que tudo isto são os sinais da vida.
Mas eu hoje preciso da morte lenta dos prédios devolutos e da esterilidade do asfalto e do conforto de uma sarjeta por onde me possa deixar escorrer.
Até um rio.
Qualquer.




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