segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Berliner

Desta vez não fui ver as unhas sujas do pés do Eros de Caravaggio. Também não vi, no Pérgamo, o pé da deusa de encontro à face do seu amor. Comi pretzels com champanhe e vi, na ópera, um rei que era regido por um mago.
As portas da babilónia, atravessadas por oito anos, pareceram-me mais insignificantes do que da primeira vez.
Na última noite, aprendi o que já sabia: “o amor, dizem, é a dança dos corações.”

2 comentários:

  1. Pretzels, champanhe e ópera! Ah, isso é um programa maravilhoso para se fazer a dois!

    Noite feliz, Cuca! :)

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  2. Lembrei-me do Fado Penélope.

    Sagrado é este fado que te canto
    Do fundo da minha alma tecedeira
    Da noite do meu tempo me levanto
    E nasço feito dia à tua beira
    E nasço feito dia à tua beira

    Passei por tantas portas já fechadas
    C’o a dor de me perder pelo caminho
    A solidão germina nas mãos dadas
    Que dão a liberdade ao passarinho
    Que dão a liberdade ao passarinho

    Enquanto meu amor anda em viagem
    Fazendo a guerra santa ao desespero
    Eu encho o meu vazio de coragem
    Fazendo e desfazendo o que não quero
    Fazendo e desfazendo o que não quero

    A fome de estar vivo é tão intensa
    Paixão que se alimenta do perigo
    Do chão em que se inscreve a minha crença
    Só ter por garantia ser antigo
    Só ter por garantia ser antigo

    * Do Pérgamo, só a biblioteca.

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