sábado, 4 de dezembro de 2010

A Chuva de Dezembro Não é Igual à de Novembro


Está frio e três gotas de chuva lembram-me que sou humana. O chapéu é levado pelo vento e apanhado por um cão. Negoceio uma rápida permuta e troco o jornal pelo chapéu. Foi um bom negócio. O cão afasta-se a tremer de frio com o jornal na boca. Um dono atónito agradece-me. Não lhe explico que apenas comprei o jornal para ler um texto. Nem sequer uma notícia. Ainda não consigo suportar o peso desse mundo. Mas há coisas que já consigo fazer. Olhar pela janela sem ter medo da piscina abandonada. Deixar que a chuva me molhe as mãos nuas. Entrar num café cheio de gente. Ouvir o barulho dos pensamentos dos outros.
Aceitar Dezembro. Trinta mais dias mais distante do início do fim.

4 comentários:

  1. «Trinta mais dias mais distante do início do fim», confesso que me perdi aqui!

    ResponderEliminar
  2. Uma sugestão: tirem lá a verificação de palavras, que isso é uma moléstia imensa!

    ResponderEliminar
  3. Capitu, eu sei que tem um mais a mais. Mas deixei ficar mal na esperança que de que alguém pense que é estilo literário.

    ResponderEliminar
  4. e deixou muito bem. eu li assim, e até pensei que estava a reforçar a ideia, na medida em que "aceita" Dezembro. É favor?

    ResponderEliminar