Está frio e três gotas de chuva lembram-me que sou humana. O chapéu é levado pelo vento e apanhado por um cão. Negoceio uma rápida permuta e troco o jornal pelo chapéu. Foi um bom negócio. O cão afasta-se a tremer de frio com o jornal na boca. Um dono atónito agradece-me. Não lhe explico que apenas comprei o jornal para ler um texto. Nem sequer uma notícia. Ainda não consigo suportar o peso desse mundo. Mas há coisas que já consigo fazer. Olhar pela janela sem ter medo da piscina abandonada. Deixar que a chuva me molhe as mãos nuas. Entrar num café cheio de gente. Ouvir o barulho dos pensamentos dos outros.
Aceitar Dezembro. Trinta mais dias mais distante do início do fim.
«Trinta mais dias mais distante do início do fim», confesso que me perdi aqui!
ResponderEliminarUma sugestão: tirem lá a verificação de palavras, que isso é uma moléstia imensa!
ResponderEliminarCapitu, eu sei que tem um mais a mais. Mas deixei ficar mal na esperança que de que alguém pense que é estilo literário.
ResponderEliminare deixou muito bem. eu li assim, e até pensei que estava a reforçar a ideia, na medida em que "aceita" Dezembro. É favor?
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