Roubado sem permissão, daqui, ao maravilhoso Ouriquense, provavelmente o melhor Blog português:
A honestidade como insídia
Sábado, 20 de Junho, 2009
Quem foi traído ou se atraiçoou tem duas evoluções possíveis: ou se torna cínico ou fica possuído por uma honestidade compulsiva. O cínico não é interessante. Por outro lado, o honesto compulsivo é uma figura muito curiosa e a situação do casal composto por dois honestos compulsivos deveras peculiar. Para o leitor inexperiente, este parece ser um cenário idílico. Na verdade, é um inferno. O casal estável ideal faz-se de um honesto compulsivo e de um mentiroso de talento, pois o segundo sabe abortar a escalada de honestidade sem que o primeiro se aperceba. Com dois honestos compulsivos não existe este mecanismo regulador. Cada um conta tudo ao outro, dos segredos mais inconfessáveis às dúvidas mais irrelevantes. A honestidade é vivida com fanatismo. Mais vezes juram um ao outro que jamais mentirão do que trocam juras de amor. E na exposição daquilo que lhes é mais íntimo são implacáveis. Cruéis. Como se na privacidade não houvesse direito à privacidade. Tudo em nome da honestidade que julgam ser a salvação, mas que irremediavelmente os afastará.
Sábado, 20 de Junho, 2009
Quem foi traído ou se atraiçoou tem duas evoluções possíveis: ou se torna cínico ou fica possuído por uma honestidade compulsiva. O cínico não é interessante. Por outro lado, o honesto compulsivo é uma figura muito curiosa e a situação do casal composto por dois honestos compulsivos deveras peculiar. Para o leitor inexperiente, este parece ser um cenário idílico. Na verdade, é um inferno. O casal estável ideal faz-se de um honesto compulsivo e de um mentiroso de talento, pois o segundo sabe abortar a escalada de honestidade sem que o primeiro se aperceba. Com dois honestos compulsivos não existe este mecanismo regulador. Cada um conta tudo ao outro, dos segredos mais inconfessáveis às dúvidas mais irrelevantes. A honestidade é vivida com fanatismo. Mais vezes juram um ao outro que jamais mentirão do que trocam juras de amor. E na exposição daquilo que lhes é mais íntimo são implacáveis. Cruéis. Como se na privacidade não houvesse direito à privacidade. Tudo em nome da honestidade que julgam ser a salvação, mas que irremediavelmente os afastará.
essa honestidade fanática é nada mais do que falta de educação. há limites para a intimidade.
ResponderEliminarLá está! É insidiosa. Este Eremita é um génio.
ResponderEliminarerrr, não querida. desculpa, mas este senhor não é génio nenhum. o que ele diz é uma evidência.
ResponderEliminarsó falta rematar dizendo que é feio ir aos bolsos ou abrir as gavetas seja de quem for. seja de quem for. também não sou adepta da partilha do quarto-de-banho a não ser em ocasiões lúdicas.
ResponderEliminaresses maníacos da honestidade acham bonito usar o wc em simultâneo...
Não, não...
ResponderEliminarEle é, objectivamente falando, genial.
Genial ou caçador de evidências, o post está fantástico.
ResponderEliminarA sinceridade é a mais deselegante das virtudes e vai daí, tem de ser qb, caso contrário talha a mayonaise, ops, a relação.
Saber gerir a sinceridade e não deixar de ser fiel é que não é para todas/os.É mesmo um produto de luxo.
Maria Helena
P.S.- Cuca, não foi por ser um post do Ouriquense que li tudo, hein?!
ehehehe
ResponderEliminarTouchè, Maria Helena.