Como uma lâmina que invade um corpo incrédulo
que não se sabe baixar para receber a facada,
nem se deixa escorregar por uma parede fria,
recusando-se a deixar atrás de si uma mancha
vermelha
e sem a graça de, por um mísero instante, perder a noção da realidade,
um corpo a descodificar lentamente uma informação
que a mente, virgem daquela espécie de dor,
não pode, não sabe reconhecer
embrulhada numa nova forma de violência
(a gratuita, a inútil, a bárbara)
com o vício a obrigar o corpo a erguer-se,
a mesma expressão resignada de outros cadafalsos
embrulhada numa velha forma de dignidade
a esconder as feridas nos casacos de pele.
Só porque as minhas margens não coincidem com o boneco
traçado a giz no chão da estrada,
Não significa que o sangue que corre não seja o meu.
E se foi há tantos dias,
E se foi tão gratuito, inútil e bárbaro
Porque é que eu ainda não consigo respirar?
nem tudo o que foi, é necessariamente o que aconteceu.
ResponderEliminarO maior espectáculo do mundo...
ResponderEliminartalvez. Depende de que lado da arena estas.
ResponderEliminarEm matéria de circos o meu lado é óbvio: sou o palhaço.
ResponderEliminartalvez.
ResponderEliminarrock & roll, babe.
ResponderEliminaralways.
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