terça-feira, 9 de março de 2010

Os nazis não teriam perdido a guerra se eu estivesse nas Waffen-SS – ideias para casamentos.


Sou aquela pessoa que todos querem convidar para as suas festas, particularmente casamentos. O temor reverencial que provoco naqueles que melhor me conhecem é extático. Sou uma espécie de fasquia, um garante de qualidade. Para mim, a festa tem que ser, no mínimo, o máximo. Reparo em tudo. Mesmo. Ainda que esteja a exibir o meu sorriso simpático a vossa festa pode estar a ser um desastre para os meus parâmetros, por muito que dancem os convivas.

99.9% das festas de casamento são um martírio, não há-que negar. Raríssimas vezes não achei mal empregue o investimento feito na roupa, sapatos, mala, cabeleireiro e maquilhagem profissional.

Enfim,

a lagosta vai estar seca,

à homilia vai faltar inspiração,

vai estar calor demais, o que vai fazer com que os convidados se pareçam com quadrados de manteiga fora do frigorífico,

vão faltar flores nos toillets,

algum garçon vai apresentar os punhos da camisa dois tons de branco menos alvos que a toalha da mesa, outro vai trazer o salto do sapato cambado,

as frutas estarão arranjadas em esculturas zoomórficas patéticas,

não vão poder pagar a uma orquestra e o grupo musical vai acabar por tocar versões unplugged dos Gipsy Kings, ou o medley de música gravada vai incluir Gloria Gaynor.

Basta falhar um pormenor, se eu achar que é fundamental...

Se correr mesmo muito mal abandono a festa com aquele ar de enfado característico da esfinge e desenrolo um monólogo de meia hora na viagem de volta a casa pontuado de palavras como “fraco”, “pouco”, “demais”, “garraiada”.

O vosso casamento (nunca me convidem para a vossa “boda” num “salão para banquetes“!) pode ter-vos dado grande trabalho a preparar mas eu vou estar lá para reparar. Dir-me-ão: “mas não temos culpa que...” E eu responderei: “eu também não tenho!”

Convidar-me para o vosso casamento é estar uns furos acima, é um investimento naquilo que podem querer para o “dia mais feliz das vossas vidas”.

Vou com todo o gosto.

5 comentários:

  1. Quando conseguir enganar uma gajo convido-te para o casamento e faço o banquete numa daquelas sedes das associações regionais com chão de cimento.

    Cuca

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  2. Vou, com todo o gosto!

    Medusa

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  3. Por isso é que decidi casar-me às escondidas. Sem boda, nem vestido.
    Não suportaria tal escrutínio.

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  4. Não vejo a razão do receio ("temor reverencial"...).

    Casar sem vestido é original.

    Se mudares de opinião, repito: irei, com todo o gosto!

    Medusa

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