Em O Construtor Solness, de Ibsen, uma jovem rapariguinha, Hilde, e um homem mais velho e casado, Solness, apaixonam-se.
Sem saberem o que fazer um com o outro, são momentaneamente salvos pela ideia de Hilde, boa moça mas com um evidente problema de fracas expectativas:
SOLNESS (...) Mas diga-me lá o que é! O que é o mais maravilhoso do mundo e que nós vamos construir juntos?
HILDE (fica um momento calada e depôs diz com uma expressão indefinida no olhar) Castelos nos ar.
SOLNESS Castelos no ar?
HILDE (acena que sim com a cabeça) Castelos no ar, sim! Tem uma ideia do que é um castelo no ar?
SOLNESS É o que há no mundo de mais maravilhoso, como a menina diz.
HILDE (levanta-se de repente e faz um gesto de rejeição com a mão) Sim, pois claro! Castelos no ar são fáceis de esconder! E fáceis de construir também ... (Olha para ele com desprezo) ... Sobretudo para os construtores que têm uma consciência que sofre de vertigens.
SOLNESS (levanta-se) De hoje em diante vamos construir juntos, Hilde.
Mas ao menos nas peças de Ibsen os construtores de castelos no ar de consciência vertiginosa acabam sempre mal. No final, ela convence-o a subir a uma torre pelo capricho de o ver mais alto do que todos os outro homens. Ele cai e morre.
Os instigadores, aparentemente, não são punidos.
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