Querido Mak,
Um touro marreco; quatro cobardes pendurados em varandas (um deles vestido com um suspeito modelito muito Gaultier); um homem em perseguição aos tipos das varandas e uma velha amuada a assistir à cena, é de uma tal profundidade existencialista que não está ao alcance de qualquer um.
Felizmente para ti, eu li todos os livros daquele tipo dinamarquês cujo apelido acaba em gaard e consegui perceber que, através do postal que generosamente me enviaste, falas da angústia ontológica contida na libertação do viver em confronto com o ser.
Também não me passou despercebida a tua explicação do absurdo da existência através do non sense, o que, terás que concordar comigo, faz de ti um patafísico.
Para te agradecer o facto de me teres livrado de uma existência de trevas, procurei arduamente o postal mais feio alguma vez publicado na net.
Este não é o mais feio, mas é o mais assustador. Evoca um lânguido capuchinho vermelho decidido a tourear o lobo mau, num género “o mundo ao contrário” que acho que vai fazer o teu estilo.
Parabéns pela “iniciativa fantástica” que copiaria, não se desse o caso de ter amor ao dinheiro e crença na ingratidão humana.
Abracinho,
Cuca
O Mak não se serve do 28, pois não...?
ResponderEliminarTu que tens sensibilidade para as coisas, não achas este postal horrível? repara bem no olhar dela...
ResponderEliminarCuca, essa menina já deixou muitos lobos sem ceia...
ResponderEliminarTem o olhar da cortiça.
ResponderEliminarOra, não custou nada. Foi tão fácil como bater na criança que levava uma nota para comprar remédios para a avó doente e teve azar de parar à porta dos Correios, quando eu ia a passar.
ResponderEliminarEm relação à retribuição da fealdade do meu postal, creio que para a igualar não basta apenas um capuchinho vermelho bucólico-serôdio...a não ser que trafique droga no cestinho.