luto
s. m.
1. Sentimento, pesar (pela morte de alguém).
2. Dor.
3. Traje de dó.
4. Massa argilosa para tapar fendas das vasilhas que queremos fechar hermeticamente.
s. m.
1. Sentimento, pesar (pela morte de alguém).
2. Dor.
3. Traje de dó.
4. Massa argilosa para tapar fendas das vasilhas que queremos fechar hermeticamente.
In, Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Poucos dias depois de tu teres morrido, decidi juntar às minhas noites brancas as tuas fotografias.
O resultado foi um filme deprimente em que te obriguei a desfilar pelo mundo inteiro, ao ritmo dos acordes de Coldplay.
Por fim, observar-te calado e sorridente, nos tons de sépia e preto e branco (que nunca foste) estava ao simples alcance de um botão “Start”.
Por fim, atingiste a plácida perfeição exclusiva dos mortos.
Nos últimos cinco minutos do filme, colei todas as fotografias em que dançaste comigo, num bailado intercontinental a culminar nessa apoteótica noite de Istambul da qual nunca nenhum de nós dois conseguiu voltar.
O teu filme de defunto foi o uniforme negro que colei ao corpo para substituir o luto que me neguei.
Um dia carreguei no Stop e escondi o filme dentro de uma pasta no computador.
Ontem senti saudades de te ver desfilar pelo mundo inteiro, sorridente, calado e finalmente perfeito.
Quando fui à tua procura, descobri que o computador, na minha ausência, te eliminou dos meus ficheiros.
Acho que já sei o que sentem aquelas viúvas que, uns anos depois, vêem os restos dos maridos transferidos para um insignificante ossário.
Poucos dias depois de tu teres morrido, decidi juntar às minhas noites brancas as tuas fotografias.
O resultado foi um filme deprimente em que te obriguei a desfilar pelo mundo inteiro, ao ritmo dos acordes de Coldplay.
Por fim, observar-te calado e sorridente, nos tons de sépia e preto e branco (que nunca foste) estava ao simples alcance de um botão “Start”.
Por fim, atingiste a plácida perfeição exclusiva dos mortos.
Nos últimos cinco minutos do filme, colei todas as fotografias em que dançaste comigo, num bailado intercontinental a culminar nessa apoteótica noite de Istambul da qual nunca nenhum de nós dois conseguiu voltar.
O teu filme de defunto foi o uniforme negro que colei ao corpo para substituir o luto que me neguei.
Um dia carreguei no Stop e escondi o filme dentro de uma pasta no computador.
Ontem senti saudades de te ver desfilar pelo mundo inteiro, sorridente, calado e finalmente perfeito.
Quando fui à tua procura, descobri que o computador, na minha ausência, te eliminou dos meus ficheiros.
Acho que já sei o que sentem aquelas viúvas que, uns anos depois, vêem os restos dos maridos transferidos para um insignificante ossário.
Não percebo o que é que vocês têm contra posts deprimentes!
ResponderEliminarO computador é uma máquina, faz aquilo que lhe mandam. Já nós, somos uma máquina a fazer aquilo que nos apetece.
ResponderEliminarGostaria, se possível ainda este ano, de ir a Istambul. Regurgita-o, por favor?
Noodles: (Riso alarve) Vou tratar disso. Seria demasiado egoísta da minha parte privar os outros de uma cidade tão obrigatória. Regugito-o, mas não o lavo.
ResponderEliminararghh!
ResponderEliminarEm tempo: gostei da indignação inicial na caixa de comentários.
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