Não sei em que dezembro nos perdemos.
Quando deixou o frio de acordar aninhado em laços de seda dourada
e restou este azul cinzento, terrível, da cor das veias,
a descer-nos pelos pés, descalços,
afogados na neve.
Quando se apagou o pavio da vela que foi o sol amplificado nas paredes
e amanhecemos sentados no desolo de um banco de jardim mergulhado na neblina.
E onde antes o eco de um riso,
agora,
apenas o uivo faminto do lobo,
A mastigar a doença que carregamos no fundo dos olhos
enquanto restamos aqui fora,
sentados,
de pés afogados,
à espera de um outro dezembro que nos faça regressar a casa.
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