Talvez uma lareira e seguramente uma mesa grande, escondida sob a toalha encarnada. A louça será branca e sobrevivente de, pelo menos, duas gerações. Há anjos dourados. Ou nas argolas dos guardanapos, ou nas velas que ardem sobre a mesa ou pendurados nas ombreiras das portas. O vinho será tinto. Não sei se bacalhau, se peru, se ambos. Os risos serão sinceros e quentes e também se ouvirão, em cântico, as omnipresentes vozes das crianças.
E entre esse coro do coração, quieta, séria e deslocada, a memória do abraço que, por não teres onde a deixar, levaste contigo para esta consoada.
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ResponderEliminarNão há nada mais quente e doce do que uma bela mesa de consoada, colorida de passado com o verniz estalado pelo uso, mas ainda com a beleza do toque quente de mãos idas há muito. Olhamos em volta e pensamos tristes, que qualquer próxima vez, seremos nós os mais velhos naquela távola de sabores e luz. E as memórias serão tudo o que trazemos connosco, dos que já não estão, mas terão sempre o seu lugar connosco e a memória do seu toque na nossa vida é sem dúvida o som mais docemente entoado.
EliminarFestas Felizes, querida Cuca.
Em não podendo dar um abraço, deixo-lhe um beijinho, com sentimento e muita amizade.
Querida MD, um excelente Natal para si e um abraço muito especial, mais humano que blogosferico.
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