Falhámos a partida projectada para a última lua cheia por razões que se prendem com o facto de, nessa noite, eu ainda estar sequestrada no porão do meu navio a tentar controlar uma rebelião a bordo. Recuso-me a falar sobre esse episódio que poderia ter manchado para sempre a minha reputação de terrorista dos mares se não se desse o caso, que se dá, de ter decidido que nunca aconteceu. Todos os navios Piratas precisam de um tabu e, depois de uma ponderada análise de dez segundos, concluí que este é tão bom como outro qualquer.
Reescrita assim a história, decidi fazer constar das crónicas que, na última semana, estive antes de férias em S. Petersburgo.
Partiremos no domingo.
Como bem me lembrou Gualtiero, o italiano, é desnecessário esperar pela lua cheia para iniciar a viagem quando a embarcação está equipada com moderníssimos sistemas GPS e e cada um de nós tem, no seu próprio iPhone, uma bússola ao dispor.
Ainda argumentei com a necessidade de impedir que o romantismo continue a perder para a tecnologia, mas a possibilidade real de os senhores do leasing me arrestarem o navio cujas prestações nunca paguei, fez-me deixar de veleidades lunares.
Por sorte, ainda ninguém se lembrou de me perguntar para onde é que partimos…
O espírito de aventura é isso mesmo ! Lançar-se pelo Mar Oceano sem rumo, sem certezas, só com espírito indomável e força de vontade... Ahoy!!
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