No dia em que deixo a minha décima quinta casa e com toda a minha existência material já devidamente dividida entre caixas e sacos espalhados pelo chão de madeira, sento-me para assinar o livro de visitas. Escrevo uma citação local sobre um certo tipo de barro que molda as nossas almas. Na subtileza das coisas que o decoro manda esconder e o "core" pede que se gritem, parece-me a frase mais honesta que já escrevi na vida.
Sobre a décima sexta casa ainda só sei que será ocupada por essa alma nova, a que foi moldada por um certo tipo de barro, aquela que finalmente consigo sentir como minha.
Depois acendo uma vela que foi roubada na igreja de St. Marienkirche, em Berlim, e que razões misteriosas me fizeram carregar comigo, em setembro passado. Esqueço-me da minha condição de ateia para agradecer a alguém.
Agradecer o amor.
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