Preparam-nos para quase tudo. Sabemos antecipadamente que teremos que lidar com eles. Que nos vão testar até ao limite. Que nos vão estender rasteiras inimagináveis. Espetar facas afiadas em omoplatas sempre demasiado expostas. Que se vão queixar uns dos outros e de nós aos outros. Ensinam-nos a formalidade como armadura para todas as guerras. A necessidade de nos fazermos respeitar. A imposição permanente pela tácita ameaça da força que esperamos jamais ter que usar. Sabemos lidar com o gelo, os amuos, as pequenas vinganças, o quase insulto que se adivinha entre dentes, por trás das nossas costas.
Ninguém nos fala do resto. E para o insólito nunca estamos preparados.
Vieram todos, em ordeira fila, de presente de despedida nas mãos, braços abertos e lágrimas nos olhos.
Vieram todos destruir, com o carinho que de tão proibido nem sequer vem nos códigos, a minha frágil réstia de autoridade.
E foi assim, só no último dia, que me deixaram saber que, afinal, há tanto que os tinha ganho.
Ninguém nos fala do resto. E para o insólito nunca estamos preparados.
Vieram todos, em ordeira fila, de presente de despedida nas mãos, braços abertos e lágrimas nos olhos.
Vieram todos destruir, com o carinho que de tão proibido nem sequer vem nos códigos, a minha frágil réstia de autoridade.
E foi assim, só no último dia, que me deixaram saber que, afinal, há tanto que os tinha ganho.
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