No início, a muleta é um auxílio e um alívio. O aleijão agarra-se a ela. Arranja a melhor que pode.
Com o tempo, passa a manejá-la com maior destreza.
A muleta permite-lhe baloiçar menos, dá-lhe apoio e segurança.
Entretanto, o mutilado começa lentamente a perceber que a facilidade ganha na marcha é inversamente proporcional à invisibilidade do seu defeito – acaba por entender que, por menos que manque, a muleta denuncia-o sempre.
A muleta não apaga o defeito. Torna-o mais visível. Esvai-se a paz que o trucidado tanto procura.
O luto é a muleta do destroçado. Que será aleijão para sempre.
Por isso, resolvi tirar o meu.
És linda, querida!
ResponderEliminarLinda, Linda, Linda.
ResponderEliminarBeijo-te. E Abraço-te ainda mais.