sexta-feira, 5 de julho de 2013

hey oohhh!!!!


Apesar de só eu, Andhrimnir (o cozinheiro viking), o meu cão e Polly (o papagaio emprestado), ocuparmos o navio, uma boa parte da tripulação já está contratada. 
Fui perentória na recusa de gente que se identificou como descendente de Barbarossa, Francis Drake, Calico Jack, Henry Morgan, Bartolomeu Roberts, Ching Shih e mesmo Anne Bonney, que, com a clarividência de uma simples frase, me deu a coragem necessária para mudar de vida e liderar este projeto conjunto de difusão do terror pelos mares do mundo.
As razões para a recusa prendem-se com a minha insistência em fazer da meritocracia a regra predominante da nossa futura comunidade. Na verdade, será a única regra. Pensei muito nisto e concluí que, como seremos todos fora-da-lei, seria absurdo e inútil criar regras já que ninguém teria legitimidade natural, nem paciência, para as fazer aplicar. Além do mais, seria um dispêndio de tempo, meios e energia que só serviria para nos distrair dos nossos objetivos.
Assim, de cada um, será apenas esperado que faça aquilo que sabe e gosta, sendo que todos temos em comum, saber aterrorizar pessoas e gostar de dominar os mares e o mundo. 
(A exceção será Andhminir que, agora que fui obrigada a gastar mil euros para lhe comprar uma bimbi, queira ou não queira, há-de ser cozinheiro até ao fim).
A tripulação até agora inscrita é constituída por dezasseis homens, oito dos quais ex-reclusos, ou que assim o serão logo que conseguirem fugir dos respetivos estabelecimentos prisionais, quatro mulheres, um cão snob que sabe dizer Kierkegaard, uma cadela vip e fashionista, uma gatinha impositiva que adota pessoas e um papagaio emprestado. Não aceitaremos ratos de espécie nenhuma.
Não consegui recrutar um anão para assegurar a quota das minorias mas, considerando que eu própria tenho pouco mais de metro e meio, se houver chatices com uma das centenas de comissões para a igualdade, resolvo o problema descalçando-me.
Como a vida de capitão-Pirata em regime de permanência é desgastante, e eu preciso de tempo para apanhar banhos de sol na proa, convidei uma espécie de amigo para assegurar as funções de capitão-Pirata em part time. Espero que aceite.
Levantaremos amarras na próxima lua cheia, na calada da noite, para não levantar suspeitas aos senhores da empresa de leasing que fizeram o favor de me financiar a embarcação.




7 comentários:

  1. se eu fosse anã candidatava-me já :)
    adorava partir aventura a minha vida por aqui anda sem sal

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  2. Sal, não faltará na vida de Pirata, terrorista dos mares. Se tiver um defeito qualquer pode candidatar-se (as comissões para a igualdade não costumam ser muito exigentes).

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    1. Eu tenho os dentes tortos!
      Posso, posso, posso?

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    2. Dentes tortos ainda não tínhamos. Se tiver apetência pelo domínio do mundo, prazer em aterrorizar pessoas e se sentir atraída por uma vida de delinquência e liberdade, está contratada. Pode começar a pensar nas cores do lenço.

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    3. Terror é o meu nome do meio!
      Acho que vou escolher turquoise que fica lindamente na pele bronzeada!
      :D

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  3. As pessoas pequeninas de ideias podem considerar-se anões , Capitã Cuca?

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    1. Esses infelizmente não são uma minoria. As comissões para a igualdade não caem nisso...
      Além do mais, a vontade de ser Pirata só nasce nas pessoas de ideias grandes :)

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